“[…] Tu és a história que narraste
não o simples narrador
[…] És a linguagem.
Dor particular.”
Carlos Drummond de Andrade
A Clínica
Ao clinicar, construo meu trabalho orientada por uma escuta ética e sigilosa que se estrutura a partir da psicanálise.
A psicanálise ocupa um lugar robusto no imaginário popular. Desde o anuncio da descoberta do inconsciente por Freud, somos, de certa forma assombrados pela perspectiva de que o inconsciente governa nossas falas, atos e sonhos.
Um tratamento psicanalítico busca promover mudanças que ajudam a lidar com o sofrimento, através da investigação do inconsciente, explorando os processos mentais que moldam nossos comportamentos, emoções e formas de ver o mundo. Durante o processo buscamos entender nossos conflitos internos, descobrindo novos significados para nossa história e para nossos desejos.
Socialmente nomeamos o sofrimento de diversas formas: ansiedade, depressão, confusão, burnout, transtorno de humor e alimentar, problemas de relacionamento, etc. Há uma tendência cada vez maior de se buscar encaixe num “padrão de sofrimento normativo”, no entanto, na clínica psicanalítica a busca é por singularizar a história do sujeito, escutando os detalhes que dizem respeito à sua narrativa.
Mas como se dá o tratamento pela via da psicanálise?
O processo de análise se dá em um espaço seguro e confidencial, onde você é convidado a falar livremente sobre seus pensamentos, sentimentos, sonhos e lembranças. É um espaço de escuta onde se pode entrar em contato com aquilo que sozinho não podia alcançar em sua fala, tornando possível a produção de saídas mais interessantes em relação ao seu sofrimento.
Quando buscar uma análise?
Muitas pessoas procuram a Psicanálise em momentos de crise, quando sentimentos de tristeza, ansiedade, angústia, frustrações ou mesmo questões existenciais parecem difíceis de lidar sozinhas. Outras vezes, o desejo da investigação de si e de compreender padrões repetitivos em relacionamentos e na vida cotidiana é o que desperta essa busca. Não é necessário esperar uma crise para iniciar uma análise; basta o desejo de entender o que move você e como se relaciona.
A análise pode partir de uma dor, de algo que incomoda, mas se desenrola também no campo do desejo. Ao investigar nossas questões, nos deparamos não só com o que nos faz sofrer, mas também com aquilo que nos impulsiona.